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Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais, 2007

   Em Minas, nos anos da ditadura militar, cineastas atormentados pelos personagens de seus filmes lançam a pergunta fulminante: por que as mulheres são tão belas? Nenhum cometeu o erro de imaginar que a razão fosse o vestido. Mesmo quando as mulheres se encontram bem cobertas, a nudez sob as vestes pode ser possuída pelos olhos do bicho homem. Basta que ele saiba olhar com concentrada gana.

 

Produção - Sertaneja de Cinema para o MinC, Colorido e Preto e Branco, 73’, 1:66.

 

Prêmios - Festival de Gramado 2007 - Melhor filme e montagem, Paulínia 2008 - Prêmio especial (documentário), Associação Paulista dos Críticos de Arte 2008 - Melhor montagem, SESC-SATED de MG 2009 – Melhor diretor.

 

Elenco (das cenas gravadas em 2006) - Tavinho Moura (Schubert), Priscila Assum (Noeme), Rafaela Amado (Lollô), Andrea Dantas (1ª narradora), Lina de Carlo (Prisioneira), Regina Coelho (Cantora lírica) e Leilany Fernandes (Torturadora).

 

Equipe - Som e edição – Walter Goulart e Nilton Ferraro (MG Estúdios), Mixagem – Claudio Valdetaro (Meios e Mídia), Finalização – Link Digital (Telecine – Bernardo Brik, Transfer – Ricardo Zimelewicz, Edição de imagem – Claudio Nunes e Claudio Iorio), Letreiro – Vivian Miller, Transcrição ótica – Rob Filmes, Laboratório – Labocine, Consultor jurídico – Affonso Henriques. Cenas do século XX de outros diretores cedidas por Filmes do Serro, Extremart, Victor de Almeida, MPC, Valéria Mauro, Brasiliana e Marília Leal dos Santos. Cenas gravadas em 2006: Diretor de fotografia – Dib Lutfi, Assistente de fotografia – Mário Murakami, Assistentes de vídeo – Beto e José de Arimathea, Diretor de produção – Cláudio Prates Athayde, Figurino – Margarida Maria.

 

Roteiro e direção - Carlos Alberto Prates Correia. 

Textos e artigos:

Um instante na História

 

Merten – Sendo Minas, enfim, um estado tradicionalmente tão “recatado”, de onde vem essa vitalidade erótica que o teu cinema sempre transmite?

Prates – Recatado? Não se iluda. De onde vem o erotismo? Da roceira que trazia um feixe de lenha na cabeça e algum balanço nas nádegas; do perfume francês das cariocas que passavam férias na cidade; do hálito da professora que me acariciava quando eu caía; do reboliço incessante das mocinhas e mocetonas de Montes Claros, Salinas e Coração de Jesus; dos maiôs da Praça de Esportes; de Françoise Arnoul; da cena de Joaquim Costa vendo passar com outro homem, num conversível que lhe deu de presente, uma bailarina do Cassino da Urca; dos lábios carnudos da acordeonista do Instituto Granbery; do cheiro de verbena da carruagem da Condessa de Gouvarinho; das raparigas da zona, que acabavam se tornando minhas amigas. E mesmo das ocorrências amorosas nas equipes, que sopravam uma brisa de trás para a frente das câmeras a partir do 1º filme.

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