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Os Marginais: 1º episódio, 1968

      Guilherme, jovem belorizontino que concluiu a faculdade logo depois de 64, é torturado por dois homens e foge para o interior, querendo se vingar. Em Montes Claros apresenta-se como empresário paulista disposto a investir na região de Minas da SUDENE, fica noivo da filha do prefeito e vai tomando conta da cidade. Já candidato a deputado, encontra-se com Lígia (prima da futura esposa) e se apaixona por ela, sendo correspondido. O prefeito manda matá-lo, mas ele domina o pistoleiro e prepara nova fuga.

 

Produção - Mariana Filmes (incorporada pela Brasiliana) e Columbia Pictures do Brasil, 35’, Preto e Branco.

 

Elenco - Paulo José (Guilherme), Helena Ignez (Lídia), Maria do Rosário (Maria Luísa), Delorges Caminha (Prefeito Diogo Malta), Lucy Panicalli (1ª dama), Luiz Garcia (Dono da charrete), Diógenes Câmara (Mestre de cerimônias), Guaracy Rodrigues (Pistoleiro), Casemiro de Paula (Correligionário), Maurício Lansky e Haroldo Santiago (Torturadores), Milton Gontijo e Mário Costa (Parceiros de pôquer).

 

Equipe - Fotografia e câmera – Dib Lutfi, Assistente de fotografia – Mário Murakami, Fotógrafo de cena – Tiago Veloso, Assistente de direção – Guaracy Rodrigues, Continuidade – Milton Gontijo, Diretor de produção – Sílvio Lanna, Assistentes de produção – Dunga, Nenzão e Picolino, Montagem – Geraldo Veloso, Música – Lucas Raposo, Sonorização – Herbert Richers e Rivaton, Mixagem – Carlos Della Riva, Efeitos especiais – Walter Goulart, Laboratório – Líder, Letreiro – José Carlos Avellar.

 

Roteiro e direção - Carlos Prates Correia.

Guará, Dib Lutfi, Mário Ribeiro (futuro prefeito de MOC) e  Prates

FORUMDOC (2008) - Por que você não digitalizou O Milagre e Os Marginais? Você não parece morrer de amores pelos seus dois primeiros filmes. Salvo engano, Castelar se refere a Os Marginais como um filme inconsequente da juventude. Por que essa, digamos, marginalização das suas obras inaugurais?

CARLOS - O Milagre de Lourdes foi digitalizado sim, pelo CRAV, só não foi reeditado, pois é um filme curto, que está inserido em doses generosas no Castelar. De Os Marginais eu não participei da produção. Mas também dialoguei no documentário com suas imagens captadas por Dib Lutfi. Não disse que ele era “um filme inconsequente da juventude”, a seu respeito um personagem de Castelar lembra apenas como éramos juvenis. Filmei sob intensa pressão, com pouco negativo, fui obrigado a cortar cenas essenciais do roteiro, a gente não possuía sequer uma viatura para transportar o material de câmera... É uma história longa. O roteiro tinha lá suas virtudes, mas o personagem clássico do intelectual anarquista perseguido pela ditadura acabava como que solicitando comiseração. Além disso, no final, ele pegava o avião no aeroporto de Montes e partia para praticar atos revolucionários em outros burgos, deixando por lá a sua amada Helena Ignez. Só que os dois, na pista, deram o abraço de despedida, eu dei câmera, o avião levantou voo antes da hora, fiquei perplexo, o Dib achou bonito e corrigiu para o aparelho, não tinha outro avião e o negativo acabou.

De certo, o intelectual ficou na cidade e foi assassinado pelo Guará, agente da ditadura, que vinha em seu encalço fortemente armado e não estava para brincadeira.

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